Apesar da falta de atenção dada pela mídia para a questão das queimadas na Amazônia, neste momento você já sabe do triste cenário em que a maior floresta tropical do planeta se encontra: em chamas há mais de suas semanas, mais de 20 mil hectares de vegetação já foram tomados pelo fogo, sendo que 1 hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol.
Entre as respostas mais comuns dadas por ambientalistas para explicar a situação estão o desmatamento, as queimadas, além da falta de verbas e de fiscais. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de incêndio florestal aumentou 82% entre janeiro e agosto de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018.
Nesta época de seca na Amazônia e em outras zonas de florestas do Brasil, a mata torna-se suscetível a incêndios. Porém, nesse caso específico, o fogo tem origem majoritariamente na ação predatória de fazendeiros, em busca de expansão das áreas de pastagem por exemplo.
De acordo com o coordenador de Políticas Públicas do GreenPeace, Márcio Astrini, houve redução de 30% nas operações de combate ao desmatamento pelo IBAMA, e de 65% na aplicação de multas. O Governo Bolsonaro enfraqueceu O IBAMA e segue defendendo a mineração em terras indígenas. A repercussão foi tão grande que a Alemanha e Noruega suspenderam os repasses de cerca de 300 milhões para o Fundo da Amazônia, que atua através do financiamento de projetos de preservação da floresta brasileira.
As críticas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a fiscais de órgãos ambientais enfraquecem o poder público no combate aos crimes ambientais, fazendo com que as comunidades e a natureza sejam devastadas sem receio de punição. O Governo não mostra preocupação com esse caos ambiental, e sim cumplicidade com a destruição.
Na última quarta-feira a hashtag #PrayForAmazonas esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter e Instagram, mas além de orar, precisamos agir, para mitigar os danos e enfraquecer as raízes do sistema.
Então selecionamos algumas dicas para você ajudar na preservação e fiscalização de nossas florestas.
1 – Apoie e faça doações para ONGs que atuam na preservação da Amazônia
As ONGs com atuação em meio ambiente defendem diferentes causas na Amazônia. Algumas possuem um perfil técnico e se dedicam a pesquisas, metodologias e estudos ambientais e outras possuem uma missão social especifica que mostra onde e para quem elas dedicam seus esforços. Aqui estão algumas delas com a atuação e onde encontrá-las.
Greenpeace ( @greenpeace ) – Atua na defesa do planeta por diferentes meios, promovendo conhecimento e conscientização pública, mobilização social e articulação política para diversas causas, sempre de forma independente.
Site: https://www.greenpeace.org/brasil/
Instituto Socioambiental ( @socioambiental ) -O ISA defende o desenvolvimento do Brasil dentro de uma perspectiva socioambiental com ênfase nos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais.
Site: https://povosdafloresta.eco.br
Amazon Watch ( @amazonwatch )– Tem como missão proteger a floresta tropical e promover os direitos dos povos indígenas na Bacia Amazônica.
Site: https://amazonwatch.org/
SOS Amazônia ( @sosamazonia ) – Tem a missão de promover a conservação da biodiversidade e o crescimento da consciência ambiental na Amazônia.
Site: http://www.sosamazonia.org.br/
Renature Foundation ( @renaturefoundation ) – A Fundação Renature fornece informações, orientações e apoia as autoridades locais, cooperativas e agricultores na criação de uma agricultura sustentável na forma de sistemas agroflorestais.
Site: https://renaturefoundation.nl/
2 – Reduza o consumo de carne vermelha e pressione as empresas ligadas à produção e comércio da carne
Reduzir o consumo da carne é uma forma de resistência para que possamos exigir que o bife que compramos não seja parte de um boi produzido em áreas desflorestadas.
Dessa forma, vamos pressionar os supermercados para obtenção de garantia de origem dos produtos, para que o supermercado pressione as empresas e estas façam o mesmo com os produtores. Assim, restringiremos nosso consumo somente para a carne produzida com responsabilidade socioambiental.
A pecuária é considerada a principal causa de desmatamento na Amazônia, pois a produção de pastagem empregada esgota os nutrientes do solo, e com isso novas áreas são desflorestadas para novas pastagens. A boa notícia é que não existe somente esse tipo de sistema de produção. Em breve publicaremos uma matéria sobre Agricultura Sustentável com mais infomações sobre o assunto.
3 – Se mantenha informado, assine petições, participe de protestos e mude hábitos.
Devemos parar de pensar que o assunto não é conosco e que é somente culpa do governo ou da indústria, pois somente pelo fato de consumir, nos tornamos parte da cadeia causadora do desmatamento da Amazônia.
É necessária a mobilização de forma coletiva e suprapartidária. É também necessário questionar e mudar nossos hábitos, porque as transformações políticas e econômicas só serão possíveis se todos nós agirmos juntos.
Foram criados abaixo-assinados em defesa da Amazônia e um deles já atingiu 4 milhões de assinaturas. Você pode encontrá-los no site: www.change.org
Os protestos em defesa da Amazônia ocorrerão em 11 cidades e as respectivas datas e horários podem ser encontrados a seguir:
